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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aula: Namorar ou Ficar - Juventude 21/07/2012


Tema: Namorar ou Ficar ?

Objetivo Formativo: 
Desenvolver sentimento de compaixão e alteridade.
Objetivo Informativo: Dar condições aos jovens de optar entre seguir seus sentimentos diante dos costumes ou modismos à sua volta.



Incentivação Inicial: Vamos cantar ? 05 minutos
Já Sei Namorar - Tribalistas
Já sei namorar
Não tenho juiz
Já sei beijar de língua
Se você quer a vida em jogo
Agora, só me resta sonhar
Eu quero é ser feliz
Já sei onde ir
Não tenho paciência
Já sei onde ficar
pra televisão
Agora, só me falta sair
Eu não sou audiência
Não tenho paciência
para a solidão
pra televisão
Eu sou de ninguém
Eu não sou audiência
Eu sou de todo mundo
para a solidão
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
E todo mundo é meu também
Eu sou de ninguém
Tô te querendo como ninguém
Eu sou de todo mundo
Tô te querendo como Deus quiser
E todo mundo é meu também
Tô te querendo como eu te quero
Já sei namorar
Tô te querendo como se quer (x2)
Já sei chutar a bola

Agora, só me falta ganhar


Desenvolvimento: E você com isto ? 30 minutos
Sentar em círculo e conversar sobre a música. O que mais te chamou atenção ? Por que ?
Convidar os jovens à reflexão profunda das suas atitudes perante os sentimentos próprios e dos outros.
ð  Sei namorar x Ficar : forma de iniciar um relacionamento ou fugir de relacionamento ?
ð  Namoro = compromisso: gostar de alguém significa curtir as coisas boas, ser feliz, estar ao lado, andar de mãos dadas, ir ao cinema, rir e chorar juntos. Muito diferente de cobrança, prisão, pegar no pé, esquecer dos amigos.
ð  Ser de ninguém x ser de todo mundo: ser sozinho, brincar com os sentimentos das pessoas (cuidado ao entrar no coração de alguém, “lei da ação e reação”), futilidade, sintonia.
ð  Namorar é lindo, é gostoso, gratificante. É uma forma muito saudável de ensaiarmos a vida adulta de se relacionar e experimentar o exercício do amor, cumplicidade. 

Conclusão: Melhor assim? 10 minutos
Ouvir a música “Velha Infância” e pedir aos alunos para darem sua opinião sobre a experiência contada na música. Comparar com a anterior: qual a diferença entre elas ?
Como você se sente ?



Velha Infância - Tribalistas





Você é assim
O meu melhor amigo
Um sonho pra mim
É o meu amor...
E quando eu não te vejo
E a gente canta
Eu penso em você
E a gente dança
Desde o amanhecer
E a gente não se cansa
Até quando eu me deito...
De ser criança
Eu gosto de você
A gente brinca
E gosto de ficar com você
Na nossa velha infância...
Meu riso é tão feliz contigo
Seus olhos meu clarão
O meu melhor amigo
Me guiam dentro da escuridão
É o meu amor...
Seus pés me abrem o caminho
E a gente canta
Eu sigo e nunca me sinto só...
E a gente dança
Você é assim
E a gente não se cansa
Um sonho pra mim
De ser criança
Você é assim...
A gente brinca
Você é assim...
Na nossa velha infância...
Você é assim...
Seus olhos meu clarão
-"Você é assim
Me guiam dentro da escuridão
Um sonho pra mim
Seus pés me abrem o caminho
E quando eu não te vejo
Eu sigo e nunca me sinto só...
Penso em você
Você é assim
Desde o amanhecer
Um sonho pra mim
Até quando me deito
Quero te encher de beijos
Eu gosto de você
Eu penso em você
Eu gosto de ficar com você
Desde o amanhecer
Meu riso é tão feliz contigo
Até quando eu me deito...
O meu melhor amigo
Eu gosto de você
É o meu amor"
E gosto de ficar com você

Meu riso é tão feliz contigo



Bibliografia:
 
Pesquisa no site CVDEE, Lei da Reprodução.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Aula Ética e Eu - Juventude - 14/07/2012


Tema: Ética e Eu

Objetivo Formativo:
Integrar o aspecto ético, despertando valores universais, como fraternidade, justiça, solidariedade, não-violência.
Objetivo Informativo: Identificar comportamentos éticos diante da liberdade de cada um.

Incentivação Inicial: Escolha a sua...10 minutos
Distribuir várias imagens na mesa e pedir para cada um escolher a que mais se identificar.
Pedir cada um comenta o motivo de ter escolhido aquela imagem.

Desenvolvimento: Que tal filosofarmos um pouco ? 25 minutos

ð  Quando você ouve a palavra ÉTICA, o que te lembra ? Por que ?
ð  O que é ÉTICA para você ?
ð  Podemos aprender a ser éticos ?
ð  Como eu posso ser ético comigo mesmo ?
o    E com a família ?
o    Na escola ?
o    Na sociedade ?
o    Na natureza ?
Colocar 5 frases no quadro e discutirmos sobre seu significado:
“Quero mas não devo”
“Devo mas não posso”
“Posso mas não quero”
“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” – Paulo de Tarso
“De nada adianta ao homem se ele ganhar o mundo e perder sua alma” – Jesus Cristo




O que é ÉTICA ?
Do grego ethos significa:
=> originalmente morada, seja o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente acolhido e abrigado.
Þ      comportamento; Moral - do latim mores, costumes.
Þ      A reflexão sobre o ethos leva-nos à prática do amor
Þ      A Ética, a Moral e a Responsabilidade determinam a perfeição do ser.
Þ      Ser ético não é ter um vasto catálogo de proibições
Þ      É realizar, pelo exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. Significa exercitar obediência à vontade de Deus, a paciência, a tolerância com as faltas alheias, o silêncio ante uma ofensa recebida, respeitar o próximo. Se reformar !
Þ      “O homem de bem” : a receita está no ESE

Conclusão: Vídeo com entrevista do filósofo Mário Cortella que fala sobre ética – 15 minutos

E você com isto ???

Bibliografia:
 http://www.espirito.org.br/portal/artigos/sergio-biagi/ensaio-etica-e-responsabilidade.html

Ética e Responsabilidade - Sérgio Biagi Gregório

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir sobre a ética e a responsabilidade, no sentido de motivar as nossas ações para a prática do bem. Assim, analisaremos o problema do comportamento ético-moral e a autodeterminação do indivíduo dentro da sociedade.

2. CONCEITO

Ética - do gr. ethos significa originalmente morada, seja o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente acolhido e abrigado. O segundo sentido, proveniente deste, é costume, modo ou estilo habitual de ser. A morada, vista metaforicamente, indica justamente que, a partir do ethos, o espaço do mundo torna-se habitável para o homem. Assim, o espaço do ethos enquanto espaço humano, não é dado ao homem, mas por ele construído ou incessantemente reconstruído. (Nogueira, 1989)
Responsabilidade - do lat. responsabilitas, de respondere = responder, estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações. De direito, todo o homem é responsável. Toda a sociedade é organizada numa hierarquia de autoridade, na qual cada um é responsável perante uma autoridade superior. Quando o homem infringe uma de suas responsabilidades cívicas, deve responder pelo seu ato perante a justiça. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)
Responsabilidade moral. Filos. 1. Situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente. 2. Obrigação de reparar o mal que se causou aos outros. (Dicionário Aurélio)

3. HISTÓRICO

3.1. ANTIGUIDADE

Desde que o homem teve de viver em conjunto com outros homens, as normas de comportamento moral têm sido necessárias para o bem estar do grupo. Muitas destas normas eram extraídas das religiões existentes, que cheias de dogmas e tabus impunham uma dose de irracionalidade ao valor moral. Mesmo entre os chineses, que não possuíam uma religião organizada, havia muitas normas esotéricas de comportamento ético.
A especulação exotérica começa somente com o pensamento grego. Sócrates, Platão e Aristóteles são os seus principais representantes. Sócrates dizia que a virtude é conhecimento; e o vício, é o resultado da ignorância. Então, de acordo com Sócrates, somente a educação pode tornar o homem moralizado. Platão estabelece que a vida ética é gradativamente mais elevada pela adequação desta às idéias (eide) superiores, análogas à forma do bem. Aristóteles deu à ética bases seguras. Dizia que o fim do homem é a felicidade temporal da vida de conformidade com a razão, e que a virtude é o caminho dessa felicidade, e esta implica, fundamentalmente, a liberdade.

3.2. IDADE MÉDIA

Na Idade Média, os valores éticos são condicionados pela religião cristã, especificamente o Catolicismo. A Patrística e a Escolástica são os seus representantes. Nesse período, dá-se ênfase à revelação dos livros sagrados. O Pai, o Filho e o Espírito Santo determinam as normas de conduta. Jesus, que é filho e Deus ao mesmo tempo, torna-se o grande arauto de uma nova ética, a ética do amor ao próximo. Porém, essa ética é conspurcada pelos juízos de valores de seus representantes, que distorcem a pureza do cristianismo primitivo.
As exortações católicas mantiveram-se por longos anos. Contudo, no século XVI começou a sofrer a pressão do Protestantismo, ou seja, a reação de algumas Igrejas às determinações da Igreja de Roma. Para os protestantes, a ética não é baseada na revelação, mas nos valores éticos, examinados e procurados de per si. A revelação religiosa pertence à religião. O filósofo ético deve procurar os fundamentos ontológicos dessa disciplina, tão longe quanto lhe seja possível alcançar.

3.3. IDADE MODERNA

Kant, o quebra tudo, surge nesse contexto. Para Kant a Ética é autônoma e não heterônoma, isto é, a lei é ditada pela própria consciência moral e não por qualquer instância alheia ao Eu. Como vemos, Kant dá prosseguimento à construção da própria moral. Não espera algo de fora. Aquilo que o homem procura está dentro dele mesmo. Muitos são os filósofos que seguiram Kant. Depois destes, surgem Scheller (1874-1928) , Müller, Ortega y Gasset etc., que penetram na ética axiológica, ou seja, estuda a ética do ângulo dos valores. (Santos, 1965)

4. ÉTICA E MORAL

Ética - do grego ethos significa comportamento; Moral - do latim mores, costumes. Embora utilizamos os dois termos para expressarmos as noções do bem e do mal, convém fazermos uma distinção: a Moral é normativa, enquanto a Ética é especulativa. A Moral, referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais abrangente; a Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos costumes, é mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral.
Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante; a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira.
O caráter invariante da Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma, isto é, veio de fora do "eu". Deus seria o autor da norma. Liga-se, assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma, isto é, surge das tensões das circunstâncias. (Santos, 1965)

5. AUTODETERMINAÇÃO E RESPONSABILIDADE

A autodeterminação expressa a essência do ser. É o poder que temos de atualizar nossas virtualidades. O pensamento científico auxilia, mas são os aspectos psicológicos, ideológicos, religiosos e filosóficos que emprestam o maior peso à nossa deliberação na vida. As virtualidades podem ser ativas e passivas. Se ativas, já estão determinadas de uma forma; se inativas, sabemos que estão em ato sob uma forma, mas que podem ser assumidas de outra forma, isto é, que são especificamente diferentes do que podem ser.
A ação humana, embora restrita à responsabilidade pessoal, tem como objetivo o interesse público. A vivência, semelhante à do eremita no deserto, é uma exceção. A questão ética diz respeito ao auxílio que cada um possa exercer na transcendência do outro. Em realidade, é a criação de condições para que o outro realize plenamente o seu projeto de vida ao qual foi destinado.
O princípio da autodeterminação moral é a base do comportamento ético adulto. Deixar-se guiar-se pelas máximas alheias é perder o eu em si mesmo. Segundo Sócrates, o ethos verdadeiro é agir de acordo com a razão, que se eleva acima do consenso da opinião da multidão, para atingir o nível da objetividade própria do saber demonstrativo. A autonomia, assim, não se realiza na solidão, mas se consolida pelo contato entre os seres humanos.
A lei é o farol da ética. Sua origem etimológica encontra-se no termo nomos de que o vocábulo lei (lex) é a tradução latina. Nomos vem do verbo nemo que significa dividir, repartir com outro, sugerindo a idéia de justiça. Dessa forma, as ações individuais no cumprimento dos deveres, devem salvaguardar a liberdade própria e a do outro. Por isso, Voltaire afirma com veemência: "Não concordo com o que você diz, mas defenderei o direito de você dizê-lo até o fim". (Nogueira, 1989)

6. COMPORTAMENTO ÉTICO

A reflexão sobre o ethos leva-nos à prática do amor. O verdadeiro exercício do amor longe está das proibições e interdições de que a moral propõe. É uma autodeterminação que envolve a autonomia da vontade na busca da atualização do ser. Assim, não é agir de qualquer jeito, mas de forma ordenada, generosa, que promova a pessoa e os direitos do outro, sobretudo quando esses direitos são espezinhados.
O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar em si mesmo o aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da vida, a tolerância para com as faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa recebida.

7. CONCLUSÃO

A Ética, a Moral e a Responsabilidade determinam a perfeição do ser. Acostumados a confundir os meios com os fins, não conseguimos visualizar claramente o fim último da existência humana. Por isso, o erro crasso de conceber a Moral como um mero e fastidioso catálogo de proibições. O fim do homem é, pois, o de realizar, pelo exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. Implica, muitas vezes, a obediência à vontade de Deus, contrariando a própria, se assim delimitar, o dever, imposto pela sua consciência.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

*       ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.
*       FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.
*       NOGUEIRA, J. C. Ética e Responsabilidade Pessoal. In MORAIS, R. de. Filosofia, Educação e Sociedade (Ensaios Filosóficos). Campinas, SP, Papirus, 1989.
*       SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Aula: Que são espíritos? Alma e Espírito - Juventude - 02/06/2012


Tema do mês: MUNDO ESPIRITUAL
Objetivo Formativo: Reconhecer a interdependência entre os seres que habitam as diferentes dimensões
Objetivo Informativo: Reconhecer que o desenvolvimento moral está presente em todas as fases da vida universal.

Aula 2/jun/12: Quem são os espíritos? Alma e Espírito


Incentivação Inicial: Escolha a sua – 15 minutos
Colocar várias figuras à disposição dos evangelizandos e pedir para que eles escolham o que mais se parece com eles.
Depois pedir a cada um dizer o que ele vê naquela imagem. Na sequência, colar as figuras num painel e fazer as seguintes perguntas:
ð  O que as pessoas estão fazendo ?
ð  Como você acha que ela movimenta seu corpo ?
ð  Como você acha que ela expressa suas emoções ? sonhos ?

Desenvolvimento: vamos falar sobre ESPÍRITO ? 25 minutos
ü  Baseado no painel que acabamos de montar e na nossa conversa, fazer a ligação entre CORPO, ESPÍRITO e PERISPÍRITO e completarmos nosso painel com:
ü  O que é ?
ü  Do que é feito ?
ü  Qual sua função, para que serve ?
ü  Como ele se movimenta ?
ü  Podemos vê-lo ? Tocá-lo ?












 Conclusão: Ser um espírito eterno pra mim... 25 minutos

Pedir para cada um completar a frase e colocar no painel

Bibliografia

  "- Em que sentido se deve entender a vida eterna?
      É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna”. ( Questão 153, de “O Livro dos Espíritos”- Allan Kardec).
       O grande temor do homem é, sem dúvida, a morte. Acredita-se, com muita freqüência, que morrer é o fim da vida. Ainda, encontramos uma boa parcela da humanidade entendendo existir algo indefinido além do corpo e que sobrevive a ele. Uma outra parte das criaturas humanas, crêem da existência da alma, cuja sorte é fixada após uma vida na Terra. Nós, espíritas, temos absoluta convicção da continuidade da vida após a morte, onde o Espírito que fora criado, por Deus, simples e ignorante, numa marcha ascendente busca pela perfeição, como conseqüência do esforço que empreende para tal mister.
       A eternidade que apregoam as lições evangélicas é a do Espírito, uma vez que o corpo tem duração limitada, temporária, pelas suas próprias condições materiais, onde obedece aos princípios da matéria.
Dessa forma, a morte, que em realidade é apenas o fim da nossa vestimenta física, embora dolorosa e difícil de suportar, pois que determina uma separação, mesmo que momentânea, deve ser compreendida de forma diferente, menos fúnebre e tétrica.
       É claro que não queremos fazer a apologia da desencarnação como sendo algo tranqüilo e sem traumas. Em verdade, mesmo entendida como um até breve, pois que no futuro novamente nos encontraremos, isso porque os laços do amor, da simpatia e da afinidade, a morte não desfaz, trata-se de um rompimento, do distanciamento do ser amado, que seguirá os trilhos da espiritualidade, enquanto permanecemos, ainda, nas estradas da vida material.
       Mas os nossos “mortos”, que estão sempre mais vivos do que nunca continuam seus sonhos de paz, suas buscas pela felicidade e seus desejos de realização, na esfera do Espírito, pois que continuam vivendo, apenas sem a roupagem carnal. Nada muda para eles a não ser o estado vibratório. Somente não vivem diretamente na Terra, mas vivem em plenitude na vida espiritual.
       Esses nossos seres amados, quando tem possibilidade de contatar conosco, através dos processos mediúnicos, nos informam que também sentem saudades de nós, que nos visitam quando podem e tem permissão para isso, que continuam trabalhando, principalmente em nosso favor, ajudando-nos em nossas necessidades, que estudam, que encontram momentos de lazer e que habitam em colônias espirituais de acordo com as condições e merecimentos de cada um.
       Portanto a vida, realmente, é eterna, duradoura, definitiva. Fatal, em verdade, é a vida, uma vez que mesmo querendo, uma pessoa não consegue morrer, nem suicidando, isso porque o suicida elimina seu corpo tão somente. Acredita estar fugindo dos problemas e acaba por conseguir um muito maior, que é a transgressão às sábias leis de Deus, com suas inenarráveis conseqüências.
       Portanto, nada é mais alvissareiro e confortador do que saber que os nossos entes queridos, que nos deixaram pelo comboio da desencarnação, prosseguem vivendo. Nossa mãe não morreu, nosso filho continua vivo, nossos amigos seguem os seus dias na pátria dos sem corpos.
       Assim é a eternidade. Morrer não é o fim, apenas mudança de endereço, o rumar por outros caminhos, sempre nas “muitas moradas da casa do Pai”, cuja comodidade sempre encontra um espaço para os nossos sonhos de paz e felicidades.
       A morte, definitivamente, não existe. Vivemos aqui Terra ou em qualquer outro lugar do Universo, mas vivemos.

Espírito, perispírito e mundo espírita - Grupo Espírita Bezerra de Menezes
O que é Espírito?
O Espírito é o princípio inteligente da Criação. São criados todos da mesma forma, simples e ignorantes, sujeitos à Lei da Evolução. Progridem em tempo que varia conforme as condições e necessidades de cada um, dentro de uma trajetória que vai das sensações à angelitude, passando pelos caminhos do instinto, inteligência e razão. Através de milhares de encarnações no plano físico, a evolução do Espírito se consolida no campo da sabedoria e da moralidade. Nos estágios inferiores, são conhecidos como demônios ou diabos. No estágio de pureza, que adquirem depois de inúmeras reencarnações, são os anjos, os arcanjos e os serafins.
O que é perispírito?
É o corpo astral do Espírito, para usarmos uma linguagem mais popular. É o elo que liga o Espírito (ser abstrato) à matéria. Deriva do fluido universal e sua textura varia de acordo com o ambiente do planeta onde o Espírito habita. É o intermediário entre o corpo e o Espírito. Morfologicamente seria como uma cópia do corpo físico, só que menos denso, pois feito de uma matéria diferente, imponderável e imperceptível aos nossos sentidos físicos normais. O apóstolo Paulo chamou-o "corpo espiritual". Quanto mais evoluído for o Espírito, mais etéreo será o corpo espiritual.
O que é um Espírito errante?
É o Espírito que permanece no mundo espiritual, no intervalo entre uma encarnação e outra, aprendendo e se preparando para novas experiências. O tempo de erraticidade depende do grau evolutivo do Espírito e de suas necessidades de aprendizado. Só os Espíritos puros não são errantes, pois não mais necessitam reencarnar.
Podemos ser influenciados pelos Espíritos?
Sim, podemos. A Doutrina Espírita nos instrui que somos guiados pelos Espíritos muito mais do que podemos supor. Uns nos inspiram a seguir o caminho do Bem e das boas realizações. Outros, nos influenciam sugestionando-nos para o mal. Pela nossa vontade e livre arbítrio podemos resistir ou ceder a essas influências. Entendendo a dinâmica da relação entre os fluidos espirituais e nosso corpo espiritual, podemos compreender como se dá essa influenciação.
O que é e como se procede uma lavagem do perispírito? O conceito desse procedimento está expresso no livro "Consciência" de Luiz Sérgio.
Conceitos estranhos podem ser encontrados em muitos livros psicografados, por isso torna-se necessário que se proceda ao estudo sério das obras de Allan Kardec, que traduziu os pensamentos dos Espíritos superiores, a fim de que não se absorvam ensinamentos falsos e fantasiosos. O perispírito é o corpo astral do Espírito e varia segundo a moralidade deste. Pode-se energizar o perispírito de alguém, derramando sobre ele fluidos salutares, o que o tornará mais limpo. Porém, tal procedimento é apenas passageiro. A única forma de "limpar" o perispírito definitivamente é moralizando o Espírito, tornando o seu envoltório mais leve e diáfano, à medida que atinge estágios mais avançados de evolução.
Como é a constituição do perispírito em função da moralidade do Espírito?
O perispírito é uma condensação do fluido cósmico universal em torno de um foco de inteligência ou alma. É formado pelos fluidos ambientais, sendo, portanto, diferentes de acordo com os mundos habitados. Nos mundos mais atrasados o perispírito é mais grosseiro e denso; nos mundos mais adiantados ele é mais leve e etéreo, pois habitam ali Espíritos mais evoluídos, favorecendo, evidentemente, ambiente energético melhor e mais purificado. Percebe-se, então, que a natureza do corpo espiritual está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito, sendo mais grosseiro nos atrasados e mais diáfano nos adiantados. Será tanto mais tênue quanto mais elevado for o Espírito.
Uma alma que atingiu a perfeição não volta a reencarnar? Nesse estado tem perispírito?
Os Espíritos que atingem a perfeição são os chamados Espíritos Puros. Eles reencarnam apenas em missão, com o objetivo de fazer progredir a humanidade. Segundo Allan Kardec, são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. O perispírito, como sabemos, é o envoltório da alma. É a forma de manifestação do Espírito e sua natureza fluídica está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Portanto, os Espíritos puros possuem perispírito, mas de uma matéria tão etérea que, para nós que habitamos os planos mais próximo da matéria, é como se não existisse.
Onde está a memória do Espírito? Alguns livros dizem que é no perispírito. O que diz a Codificação?
A sede da memória, ou seja o patrimônio adquirido pela individualidade, não pode estar no perispírito e sim na Alma ou Espírito. O perispírito também é matéria, embora de uma natureza diferente da que conhecemos. É o corpo do Espírito e por onde ele se manifesta em plenitude. Cada perispírito é formada das substâncias fluídicas do ambiente onde o indivíduo habita. Portanto, o Espírito ao mudar de mundo também muda de perispírito, como se trocasse de roupa. Se admitíssemos que a sede da memória estivesse no perispírito, neste ato toda experiência acumulada ficaria no mundo anterior, o que certamente a razão repudia. Portanto, a sede da memória, ou seja, toda a história e patrimônio moral e intelectual do ser encontra-se no "sensorium comune" do Espírito, como um arquivo de onde o indivíduo retira de lá os dotes acumulados durante toda a sua trajetória evolutiva.
Relata o espírito "André Luiz" em um dos livros psicografados por Chico Xavier, que após período de trabalho na Terra, retorna à colônia Nosso Lar e, em repouso deixa seu corpo (perispiritual), indo ao encontro de sua Genitora. Pergunto: Com que corpo? O Espírito tem mais de um perispírito?
É necessário levar em consideração que a tese abordada pelo Espírito André Luiz não recebeu a chancela do Controle Universal dos Espíritos, mecanismo que, segundo Allan Kardec, deveria aferir as novas revelações vindas da Espiritualidade. Por alguns equívocos dos espíritas, tal mecanismo nunca foi criado. A projeção astral de André Luiz a um plano superior ao que se encontrava, durante o repouso, fundamenta-se na hipótese de que o corpo de manifestação do Espírito no mundo exterior se divide em sete camadas. A mais interior seria o próprio Espírito e a exterior, o corpo carnal. Desse modo, estando estacionado nas regiões onde os Espíritos estariam de posse do seu sexto veículo fluídico, André teria se projetado num plano onde as entidades espirituais (mais desmaterializadas) usariam seu quinto corpo astral. Ambas as revelações, no entanto, só devem ser admitidas como hipóteses de estudos, até que possam se submetida ao Controle Universal dos Espíritos, se é que ele um dia vai ser criado.
Se o nosso arquivo desta vida e das vidas passadas se encontram gravadas em nosso perispírito e ele tende a desaparecer com a nossa evolução, como e onde ficam estes arquivos?
Já dissemos em perguntas anteriores que a memória do Espírito não se encontra no perispírito. Este é um conceito retirado de livros psicografados (que não foram submetidos ao Controle Universal - inexistente) e não do pensamento dos Espíritos superiores responsáveis pela Codificação. A teoria contraria as Obras Básicas e evidentemente não encontra fundamento lógico que possa explicá-lo. A memória da individualidade se encontra na intimidade do Espírito, em seu arquivo permanente, no que se chama "sensorium comune". O perispírito é matéria. Seria uma incoerência acreditar que a coisa mais importante para Espírito, que são suas experiências vividas, pudesse estar atrelada e confinada à matéria. Veja mais sobre o assunto em perguntas anteriores, nesta mesma página.
Há inferno, céu e purgatório?
O céu ou o inferno, como lugar circunscrito, não existe. Allan Kardec, em "O Céu e o Inferno", nos diz que o céu, o purgatório e o inferno são estados de consciências e não um lugar físico. Evidente que através das afinidades de pensamentos, os Espíritos agrupam-se em determinadas regiões do mundo astral, dando origem a ambientes agradáveis, de sofrimento ou conturbados, que caracterizaram e deram origem aos termos usados no catolicismo.
Existem anjos e demônios?
Deus que é soberanamente justo e bom, não poderia ter criado criaturas destinadas infinitamente a permanecer no mal, como também ter criado Espíritos perfeitos desde sua origem, sem que eles fizessem nenhum esforço para isso. Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e, através das experiências, vai adquirindo saber e moralidade até atingir a perfeição. Em sua trajetória evolutiva permanece na ignorância por algum tempo, vivendo as experiências do bem e do mal, dependendo de seu livre arbítrio. Os demônios é a denominação que foi dada para Espíritos que ainda não evoluíram moralmente, e que se comprazem no mal, mas que um dia perceberão seus erros. Os anjos são Espíritos puros, que já evoluíram moral e intelectualmente, através de seus esforços desde a sua criação. Só assim se explica a bondade e a justiça de Deus.
Os Espíritos, que não necessitam mais da matéria continuam com o perispírito no plano espiritual?
Sim, continuam a necessitar dele. Aprendemos com a Doutrina Espírita que o corpo espiritual se eteriza na medida em que o Espírito evolui na senda do progresso. O perispírito é necessário à manifestação da individualidade no mundo espiritual. Na encarnação é elo entre o Espírito e matéria. Quando desencarnados podemos dizer que é o próprio Espírito se manifestando plenamente. Mais subsídios podem ser encontrados em A Gênese, capítulo XIV, itens 7 a 12.
Como os Espíritos se locomovem?
Os Espíritos esclarecidos se locomovem através do pensamento. Movimentam-se mais ou menos rápido dependendo da evolução de cada um. Os Espíritos pouco adiantados se movem no mundo invisível, como o fazem os homens na Terra.
Os Espíritos podem nos visitar?
Freqüentemente o fazem. Nunca estamos sozinhos. Os bons Espíritos procuram nos ajudar através da intuição, e os maus nos trazem influências que nos perturbam o equilíbrio (obsessões). O hábito da oração e vigilância constantes nos faz menos sujeitos às más influências.
Todos os Espíritos podem se comunicar logo após sua morte?
Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que desencarnam precocemente, não merecem credibilidade.
O que acontece com o nosso Espírito quando dormimos?
No descanso do corpo físico, o Espírito desprende-se e aproveita para retomar parcialmente sua relativa liberdade, permanecendo ligado ao corpo físico por um cordão fluídico/energético. Dependendo de seus interesses e evolução poderá aproveitar estes momentos para visitar outras esferas espirituais onde terá oportunidade de aprender e trocar idéias com seres que com ele se afinizam. Pode também visitar amigos que estão no plano físico ou no plano espiritual. Se são Espíritos excessivamente apegados a matéria, poderão buscar ambientes mundanos para se satisfazerem. Se ao despertar sentimos paz e alegria, é que estivemos em boas companhias, mas se acordamos de mau humor, cansados e oprimidos, é porque estivemos com Espíritos ignorantes. Portanto devemos ter como hábito, antes de dormir, orar a Deus e aos bons Espíritos para que, durante o sono, nossa Alma possa estar em sintonia com os planos elevados da Criação.
Os Espíritos fazem sexo após a morte? Eles conservam suas vontades sexuais?
Normalmente não há relação sexual após a morte, pois este é um ato ligado à experiência no plano carnal. O que pode acontecer no mundo invisível, é que o Espírito desencarnado ainda obcecado pelo sexo, envolva-se com outros da sua mesma natureza e se mantenham alimentando-se mentalmente dos hábitos e costumes que cultivaram em vida. É comum ligarem-se a pessoas encarnadas, cujas tendências lhes são afins, para satisfazerem suas necessidades sexuais. Nos planos espirituais onde habitam os Espíritos esclarecidos não há qualquer atividade no campo da sexualidade.
Existem almas gêmeas?
Não existem almas gêmeas no sentido que normalmente se dá a esse termo. Não há um homem criado especialmente para uma mulher ou vice-versa. Essa idéia, usada para justificar paixões transitórias, é puramente humana e nada tem a ver com as informações dadas pelos Espíritos superiores que revelaram a Doutrina Espírita. O objetivo de todos os Espíritos é atingir a perfeição e nesse estado todos se reconhecerão como verdadeiros irmãos.
Os Espíritos podem ler nossos pensamentos? É certo dizer que deve-se orar sempre com a mente, e nunca com os lábios, falando?
Os Espíritos podem ler nossos pensamentos sim, dependendo de seu grau de afinidade para conosco ou de sua condição evolutiva. Quanto à prece, você pode fazer com o pensamento, mas acima de tudo com o sentimento sincero de respeito e gratidão a Deus. As preces altas e longas são feitas mais para serem vistas pelos homens do que para serem ouvidas por Deus.
Gostaria de saber, no que diz respeito ao estado de perturbação espiritual, o que se passa com Espíritos que quando encarnados não tiveram a oportunidade de se esclarecerem quanto ao seu estado futuro nos seguintes casos: por ocasião de seu enterro; em caso de cremação de seu corpo; em caso de doação de órgãos?
Em todos os casos referidos, o Espírito que não tenha a compreensão da vida após a morte sofre muito. Pode ver seu enterro e se angustia. Pode ver seus órgãos sendo retirados e é um desespero por sentir-se ainda vivo. Pode sentir-se queimando, pela mesma razão. Mas o seu sofrimento depende do nível moral dele, da forma como encarou a vida, da sua condição evolutiva. Mesmo que ele não tenha a compreensão da vida verdadeira (espiritual) se ele foi uma pessoa digna, justa e se preocupou com o outro, será atendido mais prontamente e poderá compreender rapidamente o que se passa com ele. Neste caso, não passará por essas provações acima ditas. O que importa não é conhecimento que ele tem da vida espiritual, mas o que ele tem no coração. Tem pessoas que tinham um grande conhecimento da Doutrina Espírita e depois que desencarnam sofreram grandes decepções e sofrimentos.
Parte 10
O corpo físico, a alma e o perispírito
Na sua negação da existência da alma, os materialistas têm freqüentemente argüido da dificuldade de conceber um ser privado de forma. Os próprios espiritualistas não explicavam como a alma, imaterial e imponderável, podia se unir estreitamente e comandar o corpo material, de natureza essencialmente diferente. Essas dificuldades têm encontrado sua solução nas experiências do Espiritismo.
Os fenômenos espíritas têm demonstrado que a alma é imortal, quer dizer que, quando o corpo que ela habita durante sua passagem sobre a Terra estiver destruído, ela não será atingida por essa mudança, conservará sua individualidade e poderá ainda manifestar sua presença por intervenções físicas. Aqui se apresenta uma dificuldade. Como compreender a ação da alma sobre o corpo?
Segundo a filosofia e os Espíritos, a alma é imaterial, dito de outra forma, ela não tem nenhum ponto de contato com a matéria que conhecemos. Não se pode conceber que a alma tenha propriedades análogas à dos corpos da natureza, pois o pensamento, que dela é a imagem, a emanação, escapa a toda medida, a toda análise física ou química. Mas é preciso tomar a palavra imaterial em seu sentido absoluto? Não, porque a imaterialidade verdadeira seria o nada; mas esta alma constitui um ser cuja existência é tal que nada aqui em baixo poderia dela nos dar uma idéia. A palavra imaterial significa que nenhum estado da matéria, tal como nós a conhecemos, pode nos fazer compreender o estado da alma.
Nós constatamos no homem a aliança desses dois elementos: o corpo e a alma. Eles estão unidos de maneira íntima e reagem um sobre o outro, assim o demonstra o testemunho dos sentidos e da consciência. Depois do que dissemos sobre a alma, parece que há uma contradição, mas ela é mais aparente do que real, porque o homem não é formado somente do corpo e da alma, mas ainda de um terceiro princípio intermediário entre um e outro chamado perispírito, isto é o envelope do espírito.
A necessidade desse mediador vai ser compreendida em seguida ao se colocar em paralelo a espiritualidade da alma e a materialidade do corpo.
A alma é imaterial porque os fenômenos produzidos por ela não podem se comparar a nenhuma propriedade da matéria. O pensamento, a imaginação, a memória não têm nem forma, nem cor, nem duração, nem maleabilidade; essas produções do espírito não estão restritas a nenhuma lei que rege o mundo físico, elas são puramente espirituais e não podem ser medidas, nem pesadas. A alma escapa, por sua natureza, à destruição pois ela se manifesta em toda sua plenitude após a desagregação do corpo, então a alma é imaterial e imortal.
O corpo é este envelope do princípio pensante, que vemos nascer, crescer e morrer. Os elementos que o compõem são tirados da matéria que forma nosso globo. Após terem permanecido durante um certo tempo no organismo, são substituídos por outros. Essas operações se renovam até à morte do indivíduo; então os átomos que compunham em último lugar o corpo humano são tomados pela circulação da vida e entram em outras combinações, em virtude desta grande lei de que nada se cria e nada se perde na natureza.
O corpo e a alma são então essencialmente distintos: um notável por suas transformações incessantes, o outro pela imutabilidade de sua essência. Eles apresentam qualidades radicalmente opostas, e entretanto constatamos que vivem em uma harmonia perfeita e exercem influências recíprocas. O ódio, a cólera, a piedade e o amor se refletem sobre o rosto e imprimem um caráter particular à fisionomia. Nas emoções violentas, é todo o organismo que está perturbado; uma alegria súbita ou uma dor imprevista podem determinar abalos tais que a morte se segue. A imaginação age também sobre o físico com uma grande violência: é o que demonstram as obras da medicina que tratam desta questão, de sorte que se de uma parte esses efeitos estão bem constatados, de outra parte, a alma sendo imaterial, o problema de sua ação mútua permanece insolúvel para os filósofos.
De numerosas observações feitas no mundo inteiro, resulta que o homem é formado pela reunião de três princípios:
            1° a alma ou espírito, causa da vida psíquica;
            2° o corpo, envelope material à qual a alma está temporariamente associada durante sua passagem sobre a Terra;
            3° o perispírito, substrato fluídico servindo de ligação entre a alma e o corpo, para a intermediação da energia vital. É do estudo deste órgão que resultam os conhecimentos novos que nos permitem explicar as relações da alma e do corpo; a idéia diretriz que preside à formação de todo indivíduo vivente; a conservação do tipo individual e, malgrado as mudanças perpétuas, a conservação especifica da matéria; enfim o mecanismo tão complicado da máquina vivente.
A morte é a desagregação do envelope carnal, daquele que a alma abandona ao deixar a Terra; o perispírito segue a alma à qual está sempre ligado. Ele é formado por matéria em um estado de rarefação extrema. Esse corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, existe assim durante a vida terrestre. É o intermediário pelo qual passam as sensações físicas percebidas pelo eu, e é por este intermediário que o espírito pode comunicar ao exterior seu estado mental.
Tem sido mencionado que o espírito é uma chama, uma centelha, etc., isso deve ser entendido em relação ao espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, ao qual não se poderia atribuir uma forma determinada; em qualquer grau que se encontre, na animalidade ou na humanidade, ele está sempre intimamente associado ao perispírito, cuja eterização está na proporção de seu adiantamento moral. De sorte que, para nós, a idéia do espírito é inseparável da idéia de uma forma qualquer, e não concebemos um sem o outro. "O perispírito faz então parte integrante do espírito, como o corpo faz parte integrante do homem mas o perispírito sozinho não é o espírito do mesmo modo que o corpo sozinho não é o homem, porque o perispírito não pensa e age por si só, ele é para o espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou o instrumento de sua ação".
A alma durante a vida corporal, como após a morte, está constantemente revestida de um envelope fluídico, mais ou menos sutil ou etéreo: o perispírito, ou corpo espiritual. O perispírito serve de laço entre o corpo e a alma; transmite àquela as impressões dos sentidos e comunica ao corpo as vontades do espírito. No momento da morte, se destaca da matéria tangível, abandona o corpo à decomposição da tumba, mas, inseparável da alma, hospeda a forma exterior de sua personalidade.
O perispírito é então um organismo fluídico; é a forma preexistente e sobrevivente do ser humano, o substrato sobre o qual é modelado o envelope carnal, como uma vestimenta invisível, formada de uma matéria quintessenciada, que penetra todo o corpo, por mais impenetrável que ele nos pareça.
A matéria grosseira, incessantemente renovada pela circulação vital, não é a parte estável e permanente do homem. É o perispírito quem assegura a manutenção da estrutura humana e dos traços da fisionomia, e isso em todas as épocas da vida, do nascimento à morte. Ele exerce assim a função de um molde compressível e expansível, sobre o qual a matéria terrestre se incorpora.
O corpo fluídico não é entretanto imutável; ele se depura e enobrece com a alma; segue-a através suas encarnações sem conta, sobe com ela os degraus da escala hierárquica, tornando-se mais e mais diáfano e brilhante, para resplandecer um dia com esta luz deslumbrante de que falam as Bíblias antigas e as testemunhas da história relativamente a certas aparições.
A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os impulsos para o bem e o ideal, as provas e os sofrimentos pacientemente suportados, afinam cada vez mais o perispírito, estendendo e multiplicando as vibrações. Como uma ação química, eles consomem as partículas grosseiras e não deixam subsistir senão as mais sutis.
Vale a pena anotar:
            O Ser encarnado é composto de três elementos: o corpo físico, a alma e o perispírito (chamado também de corpo espiritual).
            Os Espíritos não são imateriais, eles são compostos de uma alma e do mesmo perispírito que os seres viventes, que é semi-material.
Para saber mais:
            A alma é imortal de Gabriel Delanne (3ª parte, cap. I, Estudo do perispírito)
            O Espiritismo diante da ciência de Gabriel Delanne (4ª parte, cap. I, Que é o perispírito?)
            O Espiritismo diante da ciência de Gabriel Delanne (4ª parte, cap. III, O perispírito - sua composição)
            O Livro dos Espíritos de Allan Kardec (Livro II, cap. I, perispírito)
            A Reencarnação de Gabriel Delanne (cap. II, As propriedades do perispírito)
            Após a morte de Léon Denis (3ª parte, cap. XXI, O perispírito ou corpo fluídico)
            Revista Espírita 1861 pág. 148 (Evocação do Dr Glas)

Tia Wilma